sexta-feira, 18 de março de 2011

Amizade de sexo opostos

Devo confessar que quando imaginei encontrar um melhor amigo, nenhum, jamais chegou aos pés daquele que de fato foi.
Ao deparar com ele no quinto dia do segundo mês do ano 2009 eu nao imaginei que um dia ele pudesse se tornar o que ele se tornou em minha vida.
"Eu vou virar o seu melhor amigo, eu sempre viro" - disse-me ele no começo da amizade e mesmo soando indiferente eu sabia que ele gostava da ideia assim como eu.
Ele sabia de muitos segredos que ninguém mais sabia, ele me ouvia como ninguém mais ouvia, ele me abraçava, me beijava, me amava como ninguém Maia o fazia... Ele se tornou aquele irmão que sempre sonhei em um dia ter, aquele que me defenderia, que cuidaria de mim, que me acolheria em sua cama numa noite de chuva, que faria meus problemas se resolverem com apenas um peteleco na orelha.
As vezes ele me mostrava que me conhecia mais do que eu mesma, ele me mostrava que o meu abismo nao passava de um buraquinho de nada e que sua mão estava do outro lado para me ajudar a atravessar.
Eu já me peguei imaginando como seria morar com ele, somente eu e ele e mais ninguém... Um cachorro talvez, mas dependeria de suas alergias... A nossa casa seria uma mistura de bagunça com falta de organização. Caixas espalhadas, louças para lavar, roupa para pendular... Nao teriamos mais ninguem nos mandando fazer nada, faríamos o que quisessemos na hora que bem pretendessemos.
Teriamos fotos nossas espalhadas pela casa, dentro de nossas carteiras, dentro do carro... Todos perguntariam: " Seu esposo(a)?" e com toda inoscencia responderíamos: " Não, amigo(a)." Achariam estranho? Mas é claro que sim! Mas quem disse que ligaríamos?
Eu traria uma transa pra dentro de casa e ele também, o outro sairia pra deixar o campo livre e quando voltasse ao raiar do outro dia, andaria nas pontas dos pés para que nao acordasse o outro. No outro dia de manha nao iria querer saber os detalhes, faria apenas uma pergunta: "Nao fez shower sex nao, ne?" e o outro responderia: "Claro que nao, Pateta!" e ponto.
Decidiríamos pintar as paredes da sala, pintaríamos mais um ao outro do que a própria parede e o salário dele de professor junto com o meu de publicitaria nao conseguiria comprar outra lata de tinta deixando a parede mal-feita.
Eu andaria com roupas intimas pela casa e ele fingiria nao ver e eu fingiria nao perceber ele me olhando.
Faríamos compras uma vez ao mês, sem ter um fruta ou um legume sequer, apenas arroz, feijão, carne bovina, batata para o purê e bata palha, de resto apenas chips, balas, chocolates, coca-cola... Coisas que nao prestam.
Viveríamos juntos ate um dos dois morrer de morte morrida e outro, logo após, morrer de tristeza.
Mas como isso nao passa de um pensamento, eu sigo minha vida rotineira de vê-lo ao longo da semana nas aulas intediosas do ensino médio, as vezes saindo ou ficando em casa com ele sem muita coisa a fazer; me contentando em ter que dividi-lo com outras pessoas pelo simples prazer de saber que ele nao é somente amado e respeitado por mim, é também por outros.
Eu nao consigo definir ao certo tudo o que sinto por ele, mas sei que ele me faz sentir bem.
E somente isso basta.

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